Não descobri mais nada mas posso acrescentar o seguinte:
Nada neste mundo que envolva o comportamento animal funciona por acaso.
À excepção do Homem todos os outros animais movem-se consoante os níveis de alimento disponíveis. E mesmo assim só na história moderna é que isso é verdade. O Homem também movimentava-se, em tampos pré-históricos desse modo, em busca de alimento.
É sempre à volta deste que teremos que nos centrar para entender a migração das espécies.
Obviamente que poderemos falar de dois tipos de espécies de peixes:
→ Os residentes;
→ Os migrantes.
Os primeiros, facilmente se percebem que ao longo de todo o ano deambulam pela nossa costa. Muitos deles até não se afastam muito de determinadas zonas (é por isso que se diz que em determinada zona dá mais este ou aquele tipo de peixe). A quantidade de alimento disponível vai influenciar fortemente a fixação dessas mesmas espécies.
Os migrantes…correm a trás de outro tipo de alimento. Pelo facto de estas espécies migrantes serem preferencialmente carnívoras percorrem os mesmos percursos que a base da sua alimentação faz.
Dir-lhe-ia que as correntes é que determinam o movimento dos peixes, estes peixes migrantes). Mais concretamente a temperatura da água dessas mesmas correntes.
Dependendo da temperatura, associada logicamente às correntes a base alimentar do Mar - O Kril – move-se e prolifera com mais ou menos abundância levando a trás de si o 2º grau da cadeia alimentar – calas / lulas / sardinhas…e mais qualquer coisa que já não me lembro…Há os arenques também.
Obviamente que perante o maior numero destes últimos os predadores entram também logo em acção…
E a lógica é esta.
Nestas coisas de encontro dos cardumes, os homens do mar, os pescadores profissionais sabem muito mais que nós.
Os grandes lobos-do-mar são sábios nestas coisas de análise das correntes e temperaturas das águas. Por norma empírica as alturas do ano são já perfeitas constatações para esta lógica do surgimento dos cardumes.
Mas…cada vez mais…não é bem assim.
As mudanças climatéricas têm uma palavra a dizer nesta situação. Aí novamente os Lobos-do-mar…sabem novamente mais que ninguém.
Por isso meu amigo… pergunte-lhes o que quer saber, especialmente aos mais velhos…que facilmente obterá as respostas que questiona.
Duarte Nuno Nóbrega
Cardumes
Re: Cardumes
Boas Duarte.
Concordo com as ideias apontadas mas para mim há ainda mais uma razão para além da alimentação para a formação de cardumes.
A reprodução. Infelizmente nós temos a mania de aproveitar estes "ajuntamentos" nessa época tão importante, depois dá no que dá, cada vez menos peixe. Por essa razão é que considero que era importante a criação de zonas de defeso. Mas isso são outros quinhentos.
Concordo com as ideias apontadas mas para mim há ainda mais uma razão para além da alimentação para a formação de cardumes.
A reprodução. Infelizmente nós temos a mania de aproveitar estes "ajuntamentos" nessa época tão importante, depois dá no que dá, cada vez menos peixe. Por essa razão é que considero que era importante a criação de zonas de defeso. Mas isso são outros quinhentos.

Re: Cardumes
Por exemplo…
Não sou nada defensor da criação de reservas / defeso de zona nenhuma…
Isto é, pelo menos a nível permanente.
Considero que estas ideias de defesa ecológica marinha deverá ter como princípio a rotatividade de zonas…por exemplo em períodos de 3 / 5 ou mesmo 7 anos.
Assim no meu entender não se beneficiava / castrava (neste caso em relação a um sector da economia que se move em torno da pesca lúdica) zona nenhuma mas todas no seu todo.
Mais ainda…poderíamos falar também por exemplo em zonas (metros / quilómetros) entre as zonas que…à vez iam naturalmente se trasladando de forma equidistante.
Isso é uma máxima que por cá defendo, em volta da ilha…e não as aberrações quase xenófobas (visto que as que existem por cá são controladas por um grupo de seres fundamentalistas…que defendem tudo…em especial os seus interesses económico-turisticos).
...o fundamentalismo ecológico…
DNN
Não sou nada defensor da criação de reservas / defeso de zona nenhuma…
Isto é, pelo menos a nível permanente.
Considero que estas ideias de defesa ecológica marinha deverá ter como princípio a rotatividade de zonas…por exemplo em períodos de 3 / 5 ou mesmo 7 anos.
Assim no meu entender não se beneficiava / castrava (neste caso em relação a um sector da economia que se move em torno da pesca lúdica) zona nenhuma mas todas no seu todo.
Mais ainda…poderíamos falar também por exemplo em zonas (metros / quilómetros) entre as zonas que…à vez iam naturalmente se trasladando de forma equidistante.
Isso é uma máxima que por cá defendo, em volta da ilha…e não as aberrações quase xenófobas (visto que as que existem por cá são controladas por um grupo de seres fundamentalistas…que defendem tudo…em especial os seus interesses económico-turisticos).

DNN
Re: Cardumes
É exactamente assim que penso, rotatividade. Um exemplo dado já muitas vezes por mim pelo menos com quem já discuti este tema.sargalhão Escreveu:Por exemplo…
Não sou nada defensor da criação de reservas / defeso de zona nenhuma…
Isto é, pelo menos a nível permanente.
Considero que estas ideias de defesa ecológica marinha deverá ter como princípio a rotatividade de zonas…por exemplo em períodos de 3 / 5 ou mesmo 7 anos.
Assim no meu entender não se beneficiava / castrava (neste caso em relação a um sector da economia que se move em torno da pesca lúdica) zona nenhuma mas todas no seu todo.
Mais ainda…poderíamos falar também por exemplo em zonas (metros / quilómetros) entre as zonas que…à vez iam naturalmente se trasladando de forma equidistante.
Isso é uma máxima que por cá defendo, em volta da ilha…e não as aberrações quase xenófobas (visto que as que existem por cá são controladas por um grupo de seres fundamentalistas…que defendem tudo…em especial os seus interesses económico-turisticos).
...o fundamentalismo ecológico…
DNN
Dois concelhos um a norte outro a sul.
Durante por exemplo 3 ou 5 anos 1/2 da parte sul do concelho a norte ficava em reserva juntamente com 1/2 da parte norte do concelho a sul (criando assim uma área continua).
Dali a 3 ou 5 anos, os concelhos trocavam as áreas, o concelho a norte ficava com reserva na sua parte norte, ficando esta junta com a parte sul do concelho limítrofe (a norte).
Simples e provavelmente nas zonas não interditas passaria a haver mais e melhor peixe.
Já agora outra coisa com que não concordo é com defesos por decreto (datas), porquê? Porque os peixes não se reproduzem por decretos e com as alterações climáticas que temos, cada vez é menos certo o relógio biológico, por isso a solução tem de passar por zonas 100% interditas e 200% fiscalizadas.
Re: Cardumes
Só uma coisa, por favor , alguem me pode mandar um calendario com o dia das marés e as suas luas? é que costumava ver no katembe mas agora já não diz :/
Quem me puder mandar agradecia muito



Quem me puder mandar agradecia muito


Re: Cardumes
Por aqui não tens o que precisas?guigas Escreveu:Só uma coisa, por favor , alguem me pode mandar um calendario com o dia das marés e as suas luas? é que costumava ver no katembe mas agora já não diz :/![]()
![]()
Quem me puder mandar agradecia muito![]()
http://www.pescador.com.pt/mar.php?id=4



Re: Cardumes
É uma grande verdade...
Para além de serem “nabos” na maior parte dos assuntos da sociedade, não se fazem assessoriar por técnicos especialistas nas diferentes matérias.
Às uns meses atrás fiz uma proposta (não sei se foi bem uma proposta ou se foi uma simples antecipação da minha parte do que actualmente vai ser posto em prática) à FPPD sobre exactamente o assunto que pretendo explorar por cá…a estória das licenças de pesca lúdica controladas pela FPPD.
O certo é para espanto meu as coisas foram taxativamente o que tinha “proposto”.
A parte importante é que nos nossos assuntos de pesca…digo pesca que inclua toda os praticantes, desde o pescador domingueiro ao federado estão agora a ser regrados por entidades idóneas. Gente que sabe bem na pele de como as coisas podem se fazer ou se deveriam fazer melhor.
Muito provavelmente o mundo das restrições / reservas / períodos de defeso e afins terão outro acompanhamento mais fidedigno.
Obviamente que não falo só da FPPD. Falo também de outras entidades que possam ter voto na matéria, em especial os pescadores profissionais e os estudiosos da matéria.
Penso que algumas universidades deveram ter maior intervenção neste tipo de opinião, em especial a de Aveiro onde aprofunda-se a Biologia marítima.
O certo também que pelo facto do Estado “passar a bola para outro meio campo” possibilita uma intervenção mais à escala Regional e como tal mais socialmente correcta.
A crise…a crise que aflige toda gente, neste caso veio favorecer esta situação. Pelo facto do Estado não ter grandes meios económicos que permita monopolizar certos sectores da sociedade, neste caso o da regulamentação da pesca lúdica, ao delegar responsabilidades, tenta livrar a “água do capote” relativamente a subvenções.
Em meu ver há males que vem por bem…
E este tudo indica que poderá ser um deles.
DNN
O problema é o raciocínio político dos nossos representantes da “grande sala redonda”.paulo Escreveu:Já agora outra coisa com que não concordo é com defesos por decreto (datas), porquê? Porque os peixes não se reproduzem por decretos e com as alterações climáticas que temos, cada vez é menos certo o relógio biológico, por isso a solução tem de passar por zonas 100% interditas e 200% fiscalizadas.
Para além de serem “nabos” na maior parte dos assuntos da sociedade, não se fazem assessoriar por técnicos especialistas nas diferentes matérias.
Às uns meses atrás fiz uma proposta (não sei se foi bem uma proposta ou se foi uma simples antecipação da minha parte do que actualmente vai ser posto em prática) à FPPD sobre exactamente o assunto que pretendo explorar por cá…a estória das licenças de pesca lúdica controladas pela FPPD.
O certo é para espanto meu as coisas foram taxativamente o que tinha “proposto”.
A parte importante é que nos nossos assuntos de pesca…digo pesca que inclua toda os praticantes, desde o pescador domingueiro ao federado estão agora a ser regrados por entidades idóneas. Gente que sabe bem na pele de como as coisas podem se fazer ou se deveriam fazer melhor.
Muito provavelmente o mundo das restrições / reservas / períodos de defeso e afins terão outro acompanhamento mais fidedigno.
Obviamente que não falo só da FPPD. Falo também de outras entidades que possam ter voto na matéria, em especial os pescadores profissionais e os estudiosos da matéria.
Penso que algumas universidades deveram ter maior intervenção neste tipo de opinião, em especial a de Aveiro onde aprofunda-se a Biologia marítima.
O certo também que pelo facto do Estado “passar a bola para outro meio campo” possibilita uma intervenção mais à escala Regional e como tal mais socialmente correcta.
A crise…a crise que aflige toda gente, neste caso veio favorecer esta situação. Pelo facto do Estado não ter grandes meios económicos que permita monopolizar certos sectores da sociedade, neste caso o da regulamentação da pesca lúdica, ao delegar responsabilidades, tenta livrar a “água do capote” relativamente a subvenções.
Em meu ver há males que vem por bem…
E este tudo indica que poderá ser um deles.
DNN