Cardumes

O Sítio do Pescador

Pesquisa respostas acerca de
"Cardumes"
na nova versão do site.

guigas
Mensagens: 112
Registado: quinta out 16, 2008 6:10 pm

Cardumes

Mensagem por guigas »

Boas tardes , venho perguntar se alguem sabe tipo um calendario de onde os cardumes vão tar na costa ou algum truque ?(a mim pareçeme impossivel) Mas houve uma manha que fui pescar com o meu pai pescar e estavam a ir 7 pescadores para o nosso pontão (pelo que não é costumo tarem lá tantos e virem ao mesmo tempo) e eles chegaram lá e começaram a pescar peixe-porco com fartura e fiquei admirado como é que eles chegaram lá e começaram a pescar no mesmo sitio onde estava um cardume de peixes porcos que eles sabiam e eu não :S
Avatar do Utilizador
Paulo
Administrador
Mensagens: 10710
Registado: segunda abr 04, 2005 3:28 pm

Re: Cardumes

Mensagem por Paulo »

guigas Escreveu:Boas tardes , venho perguntar se alguem sabe tipo um calendario de onde os cardumes vão tar na costa ou algum truque ?(a mim pareçeme impossivel) Mas houve uma manha que fui pescar com o meu pai pescar e estavam a ir 7 pescadores para o nosso pontão (pelo que não é costumo tarem lá tantos e virem ao mesmo tempo) e eles chegaram lá e começaram a pescar peixe-porco com fartura e fiquei admirado como é que eles chegaram lá e começaram a pescar no mesmo sitio onde estava um cardume de peixes porcos que eles sabiam e eu não :S
Se calhar tinham ido lá no dia anterior e tinham apanhado naquele local. A explicação mais simples normalmente é sempre a correcta.

Não há calendários a dizer em que dia este ou aquele peixe aparece naquele local. Aliás com as mudanças que vejo de ano para ano não há calendário que resista. :122:

Agora há experiência, muitas grades no mesmos locais ajudam a perceber certas coisas, dá para perceber que com determinadas condições, em determinadas alturas do ano, as probabilidades de encontrar determinado peixe em determinado local aumentam.

Depois há também o ouvi dizer, muitos pescadores utilizam esta técnica, uns por falta de tempo de ver as condições, mas a maioria por incapacidade. Muitos apuraram assim a técnica do ouvi dizer que há peixe ali... outros ainda apuraram mais, saem de casa, não para ver os pesqueiros e as suas condições, mas para procurar ajuntamentos de outros pescadores, assim pelo elevado conjunto de predadores presentes consideram que há presas naquele local. :201:
guigas
Mensagens: 112
Registado: quinta out 16, 2008 6:10 pm

Re: Cardumes

Mensagem por guigas »

Obrigado paulo pela esplicação , que venham mais opiniões ;D
leo76
Mensagens: 24
Registado: terça out 27, 2009 9:59 pm

Re: Cardumes

Mensagem por leo76 »

abraço a todos, kuanto a kestao em causa posso dizer o seguinte ja me aconteceu de estar toda a noite a pesca e nao ter uma picada de peixe e de repente ao raiar do dia xegar alguns tipos com o material dos marrokinos e começar a tirar peixe, para mim tudo depende de alguns factores a sorte e um deles, kuanto aos cardumes tudo depende da epoca do ano e do tipo de peixe pk nem sempre se avistam cardumes, mas pelo sim pelo nao so te posso dizer uma coisa vai tentando e um dia destes ainda te vais encontrar com o cardume da tua vida abraço,boas pescarias a todos :fishcool:
Avatar do Utilizador
Nunocosta38
Mensagens: 263
Registado: segunda jun 15, 2009 8:14 pm

Re: Cardumes

Mensagem por Nunocosta38 »

leo76 Escreveu:abraço a todos, kuanto a kestao em causa posso dizer o seguinte ja me aconteceu de estar toda a noite a pesca e nao ter uma picada de peixe e de repente ao raiar do dia xegar alguns tipos com o material dos marrokinos e começar a tirar peixe, para mim tudo depende de alguns factores a sorte e um deles, kuanto aos cardumes tudo depende da epoca do ano e do tipo de peixe pk nem sempre se avistam cardumes, mas pelo sim pelo nao so te posso dizer uma coisa vai tentando e um dia destes ainda te vais encontrar com o cardume da tua vida abraço,boas pescarias a todos :fishcool:
Boa noite Leo! SE queres apanhar peixe porco é muito simples, o melhor isco para o apanhares é navalha, o trque para apanhares muito é o seguinte, depoisde apanhares 1 atas com uma linha perto da cauda e metes novamente na água, vais ver que aparece a familia toda e não saem dali basta teres isco com fartura que levas uma sacada deles para casa, abraço!
leo76
Mensagens: 24
Registado: terça out 27, 2009 9:59 pm

Re: Cardumes

Mensagem por leo76 »

boas NUNO kuando começei a ler a tua menssagem ate pensei k ias dizer para matar um peixe k depois os familiares vinham ao funeral e era so apanhalos lol, tou na brinca um abraço e boas pescarias :fishcool:
Avatar do Utilizador
sargalhão
Mensagens: 112
Registado: terça fev 12, 2008 12:07 pm

Re: Cardumes

Mensagem por sargalhão »

Caro Guigas o texto que de seguida trancrevo foi à muito proferido por mim num outro Site, onde falo um pouco da única "certeza" que existe em Portugal sobre a regularidade de cardumes na nossa costa.

Corrente das Agulhas

Este texto vai ser um bocadinho longo…

Penso que alguns de vós saberá a que me refiro. Mas para quem ignora este fenómeno descrevo sumariamente a sua influencia no território Português… e que neste caso de uma das alimentações bases dos nossos peixinhos da nossa costa, mais precisamente da nossa Tainha.
Obviamente que não reúno conhecimentos científicos exactos para explicar o seguinte raciocínio com a fidelidade desejada mas… i`m going to give my best shot
Então é assim…
É sabido que as 4 estações são diferentes entre o Hemisfério Norte e o Sul, ou seja quando num lado é Verão noutro é Inverno…e por aí além…
Assim quando é início de Verão cá em Portugal (altura dos Santos Populares) é início de Inverno no extremo de Africa (cidade do Cabo – Africa do Sul).
A importância disto encontra-se nas nossas amadas Sardinhas. Por estas alturas as Sardinhas reúnem-se em cardumes do tamanho do Mundo para se reproduzirem, deambulando ao longo das correntes que desce o atlântico e convergindo para a Cidade do Cabo (Cabo das Tormentas) onde se mistura com outras correntes de temperaturas diferentes. É por isso que existe por esses lados Bué de tubarões, golfinhos, atuns, baleias e essa bicharada toda que precisa de também comer.
Porque é que se chama corrente das Agulhas é que eu não sei bem…
Obviamente que as “nossas Sardinhas” têm que vir de algum lado. Como a maior parte das pessoas sabem esta espécie existe com alguma abundância nos nossos mares. Mas não é bem assim…
Existe sim com abundância numa altura específica (altura dos Santos Populares). Esta altura corresponde à deslocação das Sardinhas das águas do Norte da Europa, onde passam o Inverno todo a se alimentar de Cryl, ao longo da nossa costa e com uma proximidade relativa, ao ponto de serem facilmente apanhadas pelos nossos pequenos barquinhos de pesca.
O regresso das Sardinhas também inevitavelmente se faz pela nossa costa, mas em distâncias mais longas e / ou mais fundas. Algumas na mesma são capturadas mas como todos sabem, bem mais magrinhas. Pois a paparoca está toda lá em cima.
As Sardinhas ao longo da nossa história apresenta-se como uma das bases da nossa alimentação porque houve o aproveitamento natural deste fenómeno repetido todos os anos, embora que inconsciente.
O mar da nossa costa nem sempre é brando e por isso as Rias; as Foz dos Rios; e resguardos naturais que o nosso País possui, são óptimos para a recolha das embarcações pesqueiras e consequentemente para instalação dos pontos de recolha e distribuição do pescado – Portos de pesca / lotas.
Sabemos nós que uma percentagem elevadíssima dessas descargas de pescado centra-se na Sardinha sendo natural que todo o processo da azáfama desta operação de descarga, muita vá parar à água. Por outro lado a Sardinha que não se apresente em bom estado de comercialização também naturalmente vai bater a essas mesmas águas.
Obviamente que actualmente essas situações não são assim tão frequentes, visto que existe cada vez mais a filosofia do aproveitamento total das coisas. Mas uma coisa é certa nos tempos passados as preocupações ambientais / sanitárias eram bem menores.
Por consequência directa, e sabendo também que esses mesmo lugares de recolha das embarcações também possuem óptimas condições para a pluriferação da zoologia marítima, os peixinhos facilmente registaram nos seus pequenos cérebros que a matéria orgânica animal disponível constituía uma boa fonte de alimentação.
Penso que é mais que sabido (os leitores destas exaustivas crónicas) que sou grande defensor que o peixinho come simplesmente aquilo que está habituado a comer sendo a variação da dieta um processo moroso que poderá implicar muitas gerações da espécie em questão.
Muitos de vós poderá achar que este anterior raciocínio possui um fundamento redutor ao ponto de pensarem que não ando bem da “mola” mas é esta a minha teoria…
Até digo-vos mais… A Tainha existe em toda a parte do mundo. Então no Brasil nem se fala. No Brasil existe milhares de pessoas, comunidades inteiras que vivem da comercialização desta espécie… e não as capturam com sardinha. Até têm um olheiro das Tainhas, o homem que passa a vida a vigiar os cardumes das Tainhas para as embarcações se lançarem à água.
Por outro lado, e voltando outra vez a Portugal, a Tainha não é predador, não caça Sardinhas…simplesmente come aquilo que já se encontra morto nos fundos.
Já somos bons na pesca de competição, como provam resultados recentes. Mas os “outros” é que fazem dinheiro com os resultados das investigações científicas.
Qualquer dia seremos campeões dos que chucham no dedo.
Será que não poderíamos ser ainda melhores…temos tanto mar que é nosso. Temos esta terra das bananas; os Açores; as ilhas Desertas, ilhas Selvagens (que se encontram mais perto de Africa que da Madeira…temos simplesmente metade do Atlântico e continuamos a ser os Campeões do NADA…
Simplesmente porque insistimos em não pensar nos porquês das coisas e actuarmos por mera imitação.

DNN
Avatar do Utilizador
sargalhão
Mensagens: 112
Registado: terça fev 12, 2008 12:07 pm

Re: Cardumes

Mensagem por sargalhão »

Lembrei-me de mais estes dois textos que poderão ser uteis...nem que seja só a nível do conhecimento.

"Um pouco de cultura piscatória 2
Tainhas

“Os peixes da família Mugilidae têm ampla distribuição, ocorrendo em águas tropicais e subtropicais de todo o mundo, principalmente nas regiões costeiras estuarinas. São peixes detritívoros que se alimentam de material orgânico derivado de corpos de organismos mortos ou fragmentos destes e excreções deixadas por organismos vivos. …”
“…A espécie é pelágica, vivendo na coluna d’água ou na superfície, os jovens permanecem no estuário, ambientes calmos, abrigados e ricos em alimentos, até que suas gônadas iniciem a maturação. Sua desova ocorre em alto mar, porém uma fase estuarial é obrigatória para os juvenis, à qual se segue o período de migração reprodutiva para o mar.
A Mugil liza forma grandes cardumes, principalmente durante a migração reprodutiva, quando entram nos estuários, que são áreas onde a boca do rio entra no mar, havendo mistura de água doce e salgada…”

Extractos de uma tese de doutoramento da Universidade do Rio de Janeiro."



"Um pouco de cultura piscatória 3
Tainhas

“…As tainhas podem ser consideradas como peixes catádromos pois, quando adultas, efectuam migrações dos rios ou estuários em direcção ao mar para aí se reproduzirem. Esta migração, muitas vezes em grandes cardumes, estende-se pelos meses de Setembro a Novembro e os reprodutores podem chegar até ao limite da plataforma continental, que na nossa costa atinge uma profundidade de cerca de 200 metros.
A partir dos dois até aos quatro anos de idade (consoante a região, espécie e taxa de crescimento) as tainhas atingem a primeira maturação sexual, o que só sucede quando chegam a mar aberto, com mais de 30 cm de comprimento e cerca de 300g Geralmente, os machos estão preparados para a primeira reprodução um ano mais cedo do que as fêmeas.
Apesar das sexos serem separados, não apresentam características externas distintivas. Ocasionalmente, podem surge indivíduos hermafroditas, com "ovotestículos", embora se desconheça se existe a possibilidade de se auto-fecundarem.
Uma vez no mar e durante a noite, vários machos, geralmente quatro ou cinco, rodeiam uma fêmea maior do que eles. Enquanto esta desova na coluna de água, próxima à superfície, os machos fertilizam os ovos, mantendo-se junto à cauda da fêmea. A postura acorre entre Setembro e Dezembro, embora algumas espécies como Chelon Labrosus possam desovar em Fevereiro.
Cada fêmea põe um grande número de pequenos ovos – 1 a 4 milhões no caso de Mugil cephalus. Depois da fertilização externa, os ovos flutuam (são pelágicos e planctónicos) e eclodem ao fim de cerca de dois dias).
As larvas derivam com as correntes até chegarem à costa já com 2.5 cm de comprimento. Aqui formam pequenos cardumes que se deslocam ao longo do litoral. Entretanto, os reprodutores regressam a zonas de menor profundidade e entram nos estuários. Só depois chegam também os juvenis, que aqui se aproveitam da grande disponibilidade de alimentos. …”

http://www.zuca.online.pt/tainha.html

Não sendo uma espécie de eleição para a maioria dos pescadores, a Tainha, uma das espécies mais estudadas na biologia maritima, serve para demostrar que pelo facto de se movimentar em cardume, possui lógicas de actuação periodicas.
O mesmo poder-se-á dizer de outras tantas espécies da nossa costa.
O problema é que as nossas Universsidades apóstam quase exclusivamente no estudo das zonas estuarinas.

Se descobrir mais alguma coisa nesta matéria...direi.
DNN
Responder