Regressando ao cerne do tópico, o mar não conhece ninguém. Como mais um infeliz exemplo, temos o recente desaparecimento de um jovem aqui na zona (Seixo - Santa Cruz, amplamente noticiado pelas tvs). E neste caso o moço nem sequer estava à pesca, estando tão só gozando um dia de praia. Lembro que nesse dia o mar estava bastante falso, o que chamamos '
balhouco' ou '
trapalhão'. Nesse dia zarpámos para pescar e à saída da barra apercebemo-nos logo da sua (do mar)
'má disposição'. À distância não se viam embarcações e as poucas que havia estavam supostamente ao abrigo do Cabo. Digo supostamente pois o tempo era de quadrante Sul e o abrigo neste caso era mentira. Observando melhor, os poucos que estavam aí fundeados não se encontrava nenhum aproado, estavam uns para cada lado, tal a '
indecisão' do tempo/mar. Mesmo assim, rumámos nessa direcção para talvez tirar umas Safias tão
habitués nessa zona. Lançámos ferro e o nosso barquito, um semi-cabinado de 4,5mts com uma 'costureira' de 50hp, não aproava nem nada que se pareça. O jogo de pernas era insuficiente para nos manter minimamente estáveis naquele mar que 'atacava' de todas as direcções e com período de vaga muito curto. Estávamos numa situação onde a pesca era possível mas demasiado difícil para ser um prazer. Ainda pensámos dobrar o Cabo para Norte, em busca de melhor '
poiso' mas... sem certezas sobre a evolução metereológica e com pouca máquina no barco (50hp), pesámos os prós e contras e optámos levantar ferro e rumar a terra

, onde nos vingámos num faustoso lanche matinal.

Haverão muitos outros dias para pescar.
Peixe fresco nesse dia, só se fosse comprado na praça.
