Após a última ida ao mar, fiquei com a adrenalina dentro de mim. Não podia deixar passar muito tempo sem que fosse dar banho aos caranguejos de forma a que não esquecesse aquele "toque de magia".
Combinação feita no dia anterior com o Pedro, e toca a ir apanhar os caranguejos suficientes para o dia seguinte.

Chegámos ao pesqueiro durante a manhã, com muita tranquilidade. Observei o mar, e estava similar ao dia que lá tinha estado. O mar anda parado, restava pois aguardar pelas aguagens que nos brindassem com uma boa espumagem ( momento ideal para pôr a bóia no local que queremos, pois é nesse momento que em dias difíceis, que eles desentocam).
A primeira hora foi na realidade penosa, com o mar muito parado e o peixe pequeno a roer-me os caranguejos todos. Os locais iam abandonando o local devido à falta de peixe.
Na 2ª hora tirei 2 sargos assim palmeirudos, nada de especial, mas que me animaram um pouco... O pessoal abandonava o local desiludidos com as condições do mar... Eu fui dizendo ao Pedro para aguentarmos até à viragem da maré...
Conheço a zona, os buracos, e embora o mar estivesse parado, tinha alguma esperança que tal como na última vez a pesca se fizesse nos últimos momentos...
A hora de almoço tinha chegado, e fui comer qualquer coisa e beber uma água fresquinha para me manter em forma, e preparei bem a montagem para fazer a pesca que eu gosto: Funda, lá bem dentro dos buracos, para perder muitos anzóis, mas para lhes ir pôr a "papinha na boca".
O pontão esse tinha ficado vazio... A maré chegava à praia-mar quando sinto o peixe a dar um ar da sua graça e saco mais 3 sargos ali em 10 minutos... As ferragens sucediam-se, uns ficavam no caminho, outros continuavam a fazer-me falar sozinho. A ferragem com o caranguejo é realmente muito especial.
O Pedro continuava com dificuldades em ferrá-los. Ele estava a pescar a na minha opinião longe do risco, e com uma cana que para mim no local que é, se torna um pesadelo( 690 gramas). Fazer a ferragem daquela maneira torna-se quase um acto heróico...

Na brincadeira, e com a reponta da maré, meto um caranguejo e digo-lhe: " vou aí apanhar um sargo ao teu lado, nesse buraco"... Foi lançar e antes até de a bóia estabilizar,


O Pedro lá se rendeu às evidencias e aumentou o comprimento do estralho assim, como tentou pescar mais perto das rochas. Parece-me que começou a ter mais ferragens, mas continuava sem acertar o passo.
A maré essa foi descendo, mas continuava a sentir alguns toques, mas como não me satisfazia, resolvi trocar de buraco, e fui para outro mais à direita, onde terminámos o dia. O Pedro já tinha arrumado o material, e acabámos a pescar à vez com a minha cana, onde ele já demonstrou outro à vontade, principalmente mais rapidez. Pudera... Aquela cana dele para mim, impediu-o de ter a reacção necessária para fazer a ferragem no momento certo.
Sem reacção, não há sargos. Existe ali um momento preciso onde ou o percebemos e reagimos, ou eles dizem-nos adeus...
Ainda estivemos ali uma hora a curtir sempre com ferragens que tal como mostrei ao Pedro, eram sempre no mesmo buraco, e sempre naquela altura precisa, em que a aguagem passava e deixava aquela espumagem... Eles saem e nós.... eh eh eh, pimba neles.

Passámos ali uma excelente tarde, sempre com muita acção e muita vontade de lá voltar. O dia esse correu muito bem, melhor a mim do que ao Pedro, mas julgo que ele percebeu alguns momentos e buracos lá do sítio, e eu percebi que ele com a cana que estava realmente pouco mais podia fazer.
Sempre na galhofa, passámos ali uma tarde espectacular. Um abraço a todos, esperamos que tenham gostado.
E viva a reacção.

Material:
Canas: Banax GTX Kombatt 5mt; Hiro Capedo 6 mt.
Carretos: Vega Superb 30; Banax Si 1300 DBX.
Iscos: Caranguejo.
Até breve,
Filipe Condinho.