
A PESCA E A PROVA QUE O PARAISO EXISTE
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Ramiro Escreveu:Olá.
São tudo questões legítimas, sem dúvida. Vou começar pelo fim, acerca dos peixes sem medida. Aos olhos da lei, as medidas são para cumprir. Claro que no exemplo que deu, faz imensa pena devolver o peixe já morto só porque mede 2 ou 3cm abaixo do limite, mas aos olhos da lei estaremos a prevaricar se conservarmos esse peixe e se formos 'apanhados' com ele no bornal sujeitamo-nos ao quadro legal respectivo... e a multa é bem pesada. Por outro lado, encarando noutra perspectiva e 'desenterrando' um velho chavão que diz "na natureza nada se perde, tudo se transforma" podemos encarar a coisa como uma reposição de matéria orgânica no habitat (os camarões, caranguejos, etc. tratarão dele) voltando ao ciclo da vida.![]()
Quanto aos 'pescadores' que quando tiram uma das tais Tainhas e a deixam morrer em cima da pedra ou do betão, para mim não tem nada de pescadores. Estes e outros no género são os tais que dão mau nome ao pescador e o respeito que deviam de ter pela natureza e pela vida que tiram simplesmente não existe. É como cuspir no prato da sopa que se come. E esses peixes normalmente nem as Gaivotas conseguem comer, e ficam como disseste a apodrecer ao Sol, muitas vezes a empestar locais de passagem/veraneio. Solução para isto? Pela nossa parte, como pescadores conscienciosos, podemos tentar dialogar com essas pessoas (o que raramente resulta). A outra forma vai pela via de dar o exemplo, deixando-os por vezes embaraçados e em muitos casos levando-os a mudar de atitude. Esta é uma das maneiras que mais resulta, e sei disso por experiência própria, principalmente no caso de devolução de peixe sem medida e na limpeza do pesqueiro no final da pescaria.
Dizem algumas vozes que, sendo os anzóis em ferro, o mar se encarregará de os desfazer livrando o peixe do dito 'piercing'. Até sou capaz de acreditar nisso. Já os anzóis mais usados hoje em dia, vulgarmente chamados de carbono, não são tão propensos à corrosão mas... com o passar do tempo também vão à vida. Mas fundamentalmente penso que a probabilidade de sobrevivência do peixe vai depender de onde está ferrado o anzol e qual a extensão de estrago que o mesmo fez quando se recolheu o peixe. Pela minha experiência, se o peixe vem a sangrar abundantemente dificilmente irá escapar mas como eu disse mais acima e pelas razões apontadas, desde que não tenha medida deverá ser devolvido.Caparzo Escreveu:Aproveitando o tópico coloco uma duvida que tenho a algum tempo. Quais serão as hipóteses de um peixe sobreviver com um anzol dentro, digo isto porque já me aconteceu apanhar peixe sem medida de tal maneira enbuxado que a minha atitude foi cortar o fio o mais rente que consegui e devolve-lo ao mar.
Fonseca