Combinado em cima da hora, às 21h30 lá fomos eu e o Costa(Panca) corricar para o rio Ave onde ninguém nos chateia e algo sempre morde o pingalim mantendo a motivação que nos tem levado a lá voltar.
Após uma meia hora de pesca, lá veio o primeiro tarolo no pingalim do Costa (parece que os dele têm mel), sem dar grande luta mas já com um tamanho a prometer uma boa noite.
Na hora seguinte continuamos a explorar o pesqueiro mantendo sempre a boa disposição e numa conversa animada, apesar dos toques não aparecerem. Meio distraído o Costa recebe uma pancada na cana que quase o manda ao chão ( ele não se segura muito bem, coitado ) e avisa-me que tinha um matulão na cana, enquanto a embraiagem cantava. Era ópera para os ouvidos de um pescador. Lá se lhe deu mais um bocado de pressão, o bicho cansou-se de lutar e lá foi vindo para a nossa margem, às vezes parecendo que tinha escapado, mas uma ou outra cabeçada mostravam que o animal estava bem ferrado e o medo da fuga dum exemplar que prometia um recorde foi-se esvaindo.
Já junto à margem surgiu outro problema: a água estava cheia de lixo e não tínhamos ganapão nem um intrépido colega (rasta) para descer e ir buscá-lo. Valeu que a cana não era a do costume, e sendo mais pesada também era mais forte. Com o peixe quase a embrulhar-se nos jacintos, o Costa num ato que roça o heroísmo, levanta o peixe em força, confiando na qualidade do material e que o tenso estava em condições depois de tamanha luta, e com uma precisão que só a experiência consegue, põe-no em terra.
Ficamos os dois um bom bocado a apreciar. Nenhum dos dois tínhamos visto um tarolo daqueles a fazer-se ao pingalim. E nisto, emocionado, o Costa diz-me para tirar uma foto rápido que tinha de devolver o animal à agua antes que morresse. Pelo tamanho podia ser uma fêmea, quem sabe ovada. E nesse momento entendi o que vai na alma de um pescador: o importante é a pesca, não o peixe. Tiramos a foto da praxe, e prontamente o devolvemos à água, na esperança que se reproduza e no futuro a sua descendência muitas alegrias nos deem.
Lá nos fomos entretendo até à meia-noite, mas os robalos tinham desaparecido, e só sentíamos as taínhas a brincar com os boiões, tendo o Costa tirado uma pelo lombo ao engano. Estava a noite feita. Quem sabe, talvez na próxima vez me calhe a mim....
Zé Maria
PS:Foto
Segunda 30
Re: Segunda 30
Bom relato, imagino a luta que deu e o estado em que ficou a embraiagem... lol
Re: Segunda 30
Não esperava um relato tão elaborado e explicativo quanto este Zé Maria realmente fiquei parvo da vida quando vi tal o tamanho do peixe que se atirou como gente grande ao pingalim nem dava para perceber se era peixe e pensei peixe não é lixo ... mas deu uma cabeçada e não é que era mesmo
- nelsonpamaral
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- Registado: quarta jun 08, 2011 2:59 pm
Re: Segunda 30
É isso aí companheiros, =D>
Esse é o espirito
A legislação proíbe a captura de robalos abaixo dos 36cm, mas quanto a mim este é um falso problema.
Tem muito maior "criação" uma fêmea com 3kg ou 5kg com ovas maiores e muito mais maduras, com muito maior possibilidade de sobrevivência dos ovos e mais resistentes, do que 10 fêmeas com 500gr.
Está bem que podem dizer que se não se deixarem crescer as fêmeas, elas nunca chegam aos 5kg, mas esse argumento tem a sua contestação, pois se se apanharem com 36cm também não chegam aos 5kg.
Acho que os 36cm é uma medida exagerada, poderia passar para 30 ou 25cm, e talvez legislar uma época de defeso na altura da desova (não sei se dá para parametrizar o período??) ou então nós fazermos todos como estes amigos. Uma grande fêmea é um belo troféu, mas representa menor população dentro de água no futuro. P. f. tirem só uma foto, a luta já valeu a pena.
Só eu cá é que nem vê-las....
Abraço
Esse é o espirito
A legislação proíbe a captura de robalos abaixo dos 36cm, mas quanto a mim este é um falso problema.
Tem muito maior "criação" uma fêmea com 3kg ou 5kg com ovas maiores e muito mais maduras, com muito maior possibilidade de sobrevivência dos ovos e mais resistentes, do que 10 fêmeas com 500gr.
Está bem que podem dizer que se não se deixarem crescer as fêmeas, elas nunca chegam aos 5kg, mas esse argumento tem a sua contestação, pois se se apanharem com 36cm também não chegam aos 5kg.
Acho que os 36cm é uma medida exagerada, poderia passar para 30 ou 25cm, e talvez legislar uma época de defeso na altura da desova (não sei se dá para parametrizar o período??) ou então nós fazermos todos como estes amigos. Uma grande fêmea é um belo troféu, mas representa menor população dentro de água no futuro. P. f. tirem só uma foto, a luta já valeu a pena.
Só eu cá é que nem vê-las....
Abraço
Re: Segunda 30
O link para a foto está no fim do relato, é só clickar...
Zé Maria
Zé Maria
- nelsonpamaral
- Mensagens: 508
- Registado: quarta jun 08, 2011 2:59 pm
Re: Segunda 30
Desta vez fui bem apanhado, não via a foto na altura e foi o que se viu
Essa foi boa companheiro 1-0 para ti
Um abraço
Nada como uns bons momentos de humor
Quando te apanhar....
Essa foi boa companheiro 1-0 para ti
Um abraço
Nada como uns bons momentos de humor
Quando te apanhar....
Re: Segunda 30
P.S. este Zé Maria hoje acordou bem disposto mesmo
- nelsonpamaral
- Mensagens: 508
- Registado: quarta jun 08, 2011 2:59 pm
Re: Segunda 30
Um abraço para ti também Costa,
Desta gostei, e assim vocês os 2 já não se esquecem de mim.
Falando mais a sério, acho que a minha lina de pensamento tem alguma lógica, que pensam vocês?
Nota: Quando em passar em V. do Conde ponham-se a Pau ... GRRRR
Desta gostei, e assim vocês os 2 já não se esquecem de mim.
Falando mais a sério, acho que a minha lina de pensamento tem alguma lógica, que pensam vocês?
Nota: Quando em passar em V. do Conde ponham-se a Pau ... GRRRR