Respiro a pesca, o mar, e acreditem que sou um apaixonado, por tudo o que a pesca me oferece. desde muito pequeno, quando ia passar ferias com os primos da ilha da culatra que viviam do mar que me habituei a pescar. nao à cana, com uma simples bobine de linha e mao lnçava e puxava. era um fartote de ferreiras, nem imaginam a loucura que era.
Quando voltava para almada, era sempre um vazio cá dentro, até que me ofereceram a minha primeira cana de pesca, tinha eu cerca de 8 anos. Lembro-me como se fosse hoje de ir para a curva do mónaco/caxias(o meu avo tinha la casa), para me ir entreter, e ver os outros apanhar, e eu nada. também me lembro do dia em que apanhei a minha 1 sargueta
. Foi mágico. Lembro-me de ir para a cecil em setúbal e cada vez que percia uma chumbada, ia cheio de vergonha pedir a uns pescadores para me fazerem as baixadas, que nao sabia fazer. Desde essa época aprendi a ser feliz. Não vos sei explicar o que sinto, o que vibro, os momentos de alegria que já passei, com o meu tio, avô, e pai.
Deixando de ser lamechas, e desculpem-me a introdução, mas tem tudo a ver com o que vou dizer, estou aqui a escrever por 2 razoes.
1- As leis que devastam a minha alma fabricadas por ignorantes de bolsos cheios e alma vazia, tira-me o sono, e tira-me do serio. A policia compactua com tudo isto, e muitas vezes arrelia o pobre pescador de cana, que apanhou um peixito mais pequeno do que deve, ou esqueceu-se da licença no carro, enquanto outros se deleitamà frente dos seus olhos.
Sou de Almada como disse, e acompanho as leis e os que lhes queiram chamar, que existem, e se percebo a protecção de algumas especies e zonas, nao percebo a constante tendencia da sociedade para apenas possibilitar a quem tem muitas posses, de se poderem divertir e ter os seus momentos.
Amigos pescadores, estejam atentos, vejam o exemplo da caça( já la vou), e não se deixem enganar, senão um dia destes os meus certates, ultegras, aero tehnium, as minhas steel power, super aero technium, e as dezenas de outras que tenho, vão para o armazem que tenho em casa, só para a pesca. Cresci numa familia de pescadores... e caçadores e acompanhei o meu avo muitas vezes na zona da azeitao a caça, que adorava. Ele é um frustrado hoje em dia, e conta histórias. Não quero SÓ contar histórias, quero ser feliz. Quero um dia poder levar o meu filho ao pé do mar e vê-lo fechar os olhos com a cana na mão como faço e sentir aquela paz e vibração que este desporto me dá. Temo, que ele possa não ter essa sorte, começaram devagar com leis, e a proibir zonas, igual à caça. chegará o dia em que ou tens papel para pagar ou um barco, ou não pescas.Estejam atentos. Se amam o que fazem, e embora não tenhammos esse poder, não permitam que esse dia chegue. parte de todos.
2 - qualquer pescador que ame a pesca e a perceba, não dá cabo dos sitios onde passa, não suja, não estraga, preserva.
Vivo perto do seixal, e o que assisto é um flagelo aos meus olhos. tudo sujo nos locais de pesca, as garrafas de cerveja, de lixo, é uma vergonha. Quando proibirem a pesca nos pontoes do seixal, e da costada caparica, vão ficar todos satisfeitos. Lembrem-se que é isso que eles querem, não lhes dêm motivos para tal.
E para os que apanham os 100 quilos diarios de amijoa ao mergulho e arrasto, espero que sejam apanhados, mas pena, é que a policia está feita com voces, que são o nojo da pesca( perdoem-me os moderadores), mas voces se gostam como eu, percebem.
Assisti este ano a diversas pessoas na ponta do mato a serem multadas com 2 ou 3 kilos de ameijoa a mais ou por terem um cm a menos do que é legal( multas de 200 euros a 500 e tal). Lembro-me dum velhote desesperado que disse que a pensao dele nem dava para a multa, e o senhor agente nem ligou. Justo? ok. Mas esse mesmo agento quando o confrontei sobre o que se passa diariamente naquela baia, a frente dos olhos de quem quer ver, respondeu muito irritado " mas você está a ensinar-me a fazer o meu trabalho", ao que respondi, não estou a mostrar-lhe como o podia fazer bem. é triste, mas é só ir ver.
O mesmo se passa na trafaria, na costa, estão todos feitos, bem quase todos, vendidos. são toneladas de redes, aparelhos, com medidas ilegais, em zonas proibidas. Este é o reflexo da nossa sociedade, simplesmente adaptado`à nossa áréa de paixão.
Desculmpem ter-me alongado, mas isto é muito mais do que uma simples opinião... É um reflexo do que sinto, como homem livre que sempre gostará do mar. Tenho 29 anos, e de certeza que não estou sozinho...
