O Sítio do Pescador

Olá amigos.
Vou meter a foice numa seara onde não tenho experiência nenhuma. Mas tenho lido algumas coisas. É a pesca à chumbadinha.
Uma das coisas que me mete confusão, é a ideia que o anzol se separa do chumbo durante a pesca. A meu ver, isso não acontece. Senão vejamos: O que poderia separar o anzol? As correntes? Mas as correntes fazem muito mais força na linha entre o chumbo e a superfície, do que no anzol, e isso puxa o anzol contra o chumbo. As vezes, chegam a estar vários metros de linha entre o chumbo e a superfície , dependendo da inclinação da linha e da profundidade do pesqueiro.
A eficácia desta pesca, não fica comprometida por este facto. O peixe vê o chumbo como fazendo parte da iscada. A meu ver, o peixe desconfia mais do comportamento do isco do que da sua aparencia.
O peixe quando pica não sente o peso do chumbo porque a linha está folgada e o chumbo é deslizante, também ganha confiança porque não sente a isca presa a nada.
Eu acho que o pessoal pensa que o anzol se separa do chumbo porque esta pesca é produtiva, e custa a entender como o peixe come o isco com o chumbo encostado.
Será que já alguém confirmou visualmente este mito? Ou pediu a alguém da caça submarina para ver?
E pronto, Já disse os meus bitaites, é apenas a minha opinião. A minha intenção é que sirvão para reflexão e recolher outros argumentos do pessoal do forum.
Saudações piscatórias.
Mário Nunes

Bem Amigo Nunes

Cá está um técnica de pesca que nunca pratiquei, apenas li sobre os que a praticam. E eles hão-de vir por cá dar a sua opinião.
Sobre o que li, estando o anzol iscado, a corrente exerce força ou acção sobre a iscada e tende a afastá-la do chumbo, que varia de peso conforme as condições do presqueiro, muitas das vezes entre as 5 e a 20gr. Pense na iscada enquanto volume e não apenas pelo peso, quanto maior o volume melhor a aguagem leva a iscada. Isto é a teoria que eu li, mas tem sentido.
Outra coisa são os resultados, pois é uma técnica que tem apresentado bons resultados, por vezes até melhores que na bóia, pois a iscada percorre melhor os buracos onde se escondem os alvos preferenciais destas pescas, os Sargos.
Mande sempre, que isto ao fundo não tem dado nada.

Ab
Manel

O chumbo utilizado serve apenas para "calibrar" melhor a iscada, e dá-se mais ou menos peso conforme o estado do mar e o tipo de fundo. Se esta pesca for feita contra uma "parede" de rocha, aproveitando a escoa das ondas, o chumbo ajuda a iscada a acompanhar e afundar à velocidade que se pretende ideal. Noutro tipo de pesqueiro, esta arte tem o condão de "correr os buracos" à procura do peixe. E se o chumbo estiver no peso certo, raramente prende nas rochas.

Penso que aqui questão é escolher o peso certo da oliva para o mar.

Ontem por exemplo fui lá 1 horita (finalmente) tinha uma oliva de 10grs mas os mar apesar de ter um ligeiro toque não tinha força para colocar sempre a isca a trabalhar, tive de baixar para as 6grs.

Raramente pesco com mais de 10grs e baixo até às 2grs.

O chumbo serve para baixar a isca para esta trabalhar com a ondulação, se for muito pesado estamos a pescar ao fundo e não ao sentir.

Se junta ou não, penso que na maior parte do trajecto, se o chumbo tiver o peso certo não junta, agora quando estivermos no final a pesca com a linha mais na vertical é provável que junte...

Uma chamada de atenção para a iscada, deve ser grande, tapar o anzol e subir mesmo um pouco pelo fio acima

Eu não sei se junta ou separa só sei que funciona...lol
Esta semana que vem vou ver se apuro a tecnica e não me vou esquecer da maquina fotográfica.
Já desisti de fazer convites para ter companhia, pq pelos vistos os brigadeiros do centro andam sempre muito ocupados como tenho umas folgas e parece que o mar vai estar de feição vou voltar á carga, pode ser que os sarguinhos já tenham encostado. senão tenho sempre os robalos para salvar o dia.

Paulo, isso é que é optimismo...´

Para dizer a verdade este tipo de pesca com chumbadinha sempre foi o meu preferido, desde há mais de 40 anos.
A cana não precisa se ser muito longa, é importante sim que seja leve...
A chumbadinha deve ser escolhida de acordo com o mar e a distância a que se pretende lançar. Sim, pode-se pescar longe (bom, mais ou menos longe) sem problemas. Também é raro passar das 20 ou 30 gramas e quando preciso de mais peso meto-lhe um destorcedor. O empate do anzol terá depois o comprimento necessário para não enrolar...
Não se preocupe com o separar da chumbadinha do isco. O que puxa a linha e vai levantando a chumbadinha é o volume do isco e a força da corrente. É claro que a linha deve estar folgada, sem estar bamba, para permitir que a iscada viaje.
Aqui há tempos vi uma pergunta sobre como pescar às anchovas à distância e a meia-água (que é onde elas gostam de andar) e estive quase para responder mas sou muito, mesmo muito preguiçoso. A solução: a chumbadinha. Como?
- chumbada no extremo da madre no peso adequado, 100 ou 200 gramas.
- a correr na madre uma chumbadinha de 20 ou 30 gramas sobre um destorcedor solto que também corre na linha.
- ao destorcedor o empate do anzol 3 ou 4/0 em cabo de aço 30 libras com uma sardinha inteira "empalada" ou "recheada" com cortiça.
Ao lançar a montagem fica toda junto ao chumbo do fundo, ao bater na água sobre tudo na linha e vai descendo lentamente por força da chumbadinha até chegar a um ponto, meia-água, onde a iscada se movimenta livre, subindo e descendo conforme a corrente. O equilibrio entre a sardinha "recheada" e a chumbadinha é importante mas não essencial dado que a corrente é que manda...
E viva a chumbadinha que sendo de 100 gramas e destorcedor pesca a mais de 100 metros ... Com outro tipo de cana claro!