Boas,
Como sabem esta é a época das douradas, algo que desconfio tratar-se de um segredo de polichinelo por estas paragens.
Por tudo o que tenho visto e sabido sobre a campanha desta época até ao momento é um ano fraco de douradas relativamente aos anteriores diria entre os 30 a 40% do ano passado.
A juntar a isto acresce a variabilidade dos dias, nuns aparece mais qualquer coisinha noutros existem em tal minoria que se torna desesperantemente monótono. Se conseguisse adivinhá-los optaria certamente por ficar em casa.
Desta vez, tendo sido convidado com a indicação expressa que não era preciso levar nada, não tinha como recusar, e lá nos fomos a elas diga-se sem muita convicção traduzida no facto de só termos saído para o mar já passava um pouco das 9 da manhã.
Material emprestado, carreto a precisar de revisão, imagine-se que para a linha ir para o rodízio da alça tinha que ser lá posta á mão, não tendo de deixar de proporcionar ainda uma boa cabeleira.
Quanto ao caniço nem é bom falar nele pois tornar-se-ia duvidoso.
Pensar positivo era a minha tónica, é preciso é calma e alento, se as pescam com linha de mão com linha de pau também há-de dar qualquer coisita.
A pesca tem muitas vezes destas contingências e adversidades, tornando-se numa luta connosco próprios, contra o desânimo e o mau feito de cada um, já devem ter reparado nisso. O espírito certo, esse, é que deve vir ao de cima.
Fora esta época, há 2 anos que não ia ás douradas por isso não há mão afinada para elas, isto, se é que alguma vez houve.
Era preciso treinar e os deuses da pesca, desta vez, não quiseram nada connosco, dia de muitas pulgas, bichinhos chatos do pica e foge, mestres na arte de roubar o isco, douradas de palmo e meio, que haveriam de ser a causa de também termos regressado mais cedo.
Há que dizer, no entanto, que nem tudo era adverso, embarcação entre o excelente e o magnifico para o efeito e por companheiro o mestre que, pela minha parte, é o mais competente para o caso, se douradas houvesse tinha a certeza que ele iria dar com as bichas. Como diz o ditado “já lá vai uma vida a virar frangos” e com resultados que falam por si.
A conclusão de tudo isto está nas fotos, ainda assim, fico na duvida se as conseguimos enganar mais nós a elas se elas a nós.
A minha teca.
A teca do meu companheiro.
As pulgas.
Cumprimentos.