Vou aqui, de uma forma bastante básica, ajudar a identificar os diversos tipos de apresentação de pesqueiros para surfcasting.
Nesta 1ª parte, temos um pesqueiro em areia com croeiros (coroas de areia), fundões e riões (agueiros). Este tipo de pesqueiro, salvo raras excepções, varia facilmente de configuração pois geralmente estão muito expostos à acção do mar.
Um pesqueiro com boa configuração hoje pode amanhã estar completamente diferente, pois o mar movimenta as areias e a localização dos croeiros e fundões pode modificar em poucas horas e até desaparecer, deixando o pesqueiro, como por aqui se diz, completamente espraiado.
Os locais assinalados com a letra A são os croeiros.
Pessoalmente dou preferência aos croeiros em que as ondas não rebentem por cima dos mesmos mas, apenas se rasguem um pouco.
Os locais assinalados com C e D são o que se chama na gíria de fundões, ás vezes mais outras vezes menos fundos.
A zona B, entre croeiros é, normalmente também mais funda e, geralmente forma uma correnteza, mais ou menos forte, por onde escoam as águas da rebentação.
Nalguns casos, poderemos ter um agueiro por onde “entra” água e outro por onde “sai”.
Pescar no ponto 1:
Depende da profundidade desta zona. Sabemos que o Robalo por exemplo pode andar em pouco mais de 1 ou 2 palmos de água. Reunindo as condições ideais, é invariavelmente um bom local para engodar e assim atrair este senhor ao local.
Pescar no ponto 2:
Desenvolver a pesca no rião ou agueiro é normalmente compensador. O peixe procura e/ou espera que a corrente aqui presente lhe traga comedia ou a ponha a descoberto no fundo. Há que tentar diversas distâncias, pois o peixe também aproveita estes agueiros para entrar e sair dos fundões mais próximos da margem.
Pescar no ponto 3:
Um dos meus pontos favoritos, ao que chamo a aba lateral do croeiro, especialmente se o mesmo for um croeiro largo. É aqui que, no revolvimento da areia, provocado tanto pela corrente do agueiro como pela passagem da ondulação (são movimentos contrários), muito peixe procura o que o mar põe a descoberto.
Pescar no ponto 4:
Pescar para lá do croeiro, nesta zona mais funda, exige muitas vezes grandes lançamentos (claro que depende da distância onde está o croeiro). Normalmente é onde se localiza o peixe, que tem por hábito percorrer a aba exterior do croeiro em busca de alimento. A passagem das ondas nesta aba, provoca uma sucção que remexe as areias pondo a descoberto comedia que por aí exista. Esta zona, se próxima de um agueiro, aumenta em muito as probabilidades de capturas.
Pescar no ponto 5:
Pescar em cima do croeiro pode revelar-se muitas vezes compensador. Zona embaraçadora de estralhos por excelência, não é má opção se não houver grandes movimentos de areias por acção das ondas. Excelente se a rebentação for distante e o mar esborralhar calmamente até à margem, oxigenando bastante a água, remexendo o fundo e servindo de camuflagem para, por exemplo, o robalo, o sargo, o linguado, etc.
Conclusão:
É essencial uma boa observação do local onde se pretende pescar. Sempre! Muitos já se perguntaram porque é que num dia fizeram uma boa pescaria num determinado local e no dia seguinte nem um toque tiveram (ou vice-versa). Provavelmente a configuração do pesqueiro alterou-se. Mar mais ou menos forte, alteração de fundos, vento, nebulosidade, a cor das águas, etc.
Pesqueiros na areia - 1
Pesqueiros na areia - 1
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- Pesqueiros de areia
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Última edição por Ramiro em domingo mai 07, 2006 9:24 am, editado 2 vezes no total.