paulo Escreveu:Falando de outros factores o que acham do da velocidade do vento e principalmente do da direcção do vento.
Certos pesqueiros só "trabalham bem" com certos ventos, e nem tem a ver com o facto de terem o vento de frente ou não.
Certas espécies tendem a sair com ventos de determinados quadrantes. Nunca repararam nisso?
Em relação aos ventos há alguns aspectos a considerar:
1.º - A influência da velocidade do vento na formação as vagas, eu pessoalmente não gosto de pescar com ventos superiores a 15 km/h.já que o mesmo torna-se desconfortável e produz alguma agitação marirtima desordenada com formação da bem conhecida carneirada, a situação agrava-se com as marés de Lua.
Por outro lado este estado do mar tem uma influência negativa nas espécie que vivem junto á "superficie", "meia-água", procurando abrigo em águas mais profundas.
2.º - Outro aspecto a considerar tem a ver com a configuração do pesqueiro, se mais abrigado ou mais exposto, daí que talvez trabalhem melhor com certos ventos, independentemente da sua orientação.
3.º - Outro aspecto a ter em conta é que há espécies que são mais susceptíveis aos ventos que outras, já que estes podem aquecer ou arrefecer, esbarrentar ou limpar as águas conforme o quadrante que sopram.
Ab
As nossas amigas Douradas, aqui na zona preferem sem sombra de dúvidas vento sul, e se este se mantiver uns dias assim, é ouro sobre azul.
Por vezes chega a ser interessante verificar no pesqueiro (mesmo só com uma ligeira brisa) como o mar muda conforme o vento muda de quadrante. Muitas vezes os toques mudam também com essas alterações subtis no vento.
Bem..também tenho uma engraçada sobre o comportamento animal.
Chamo-lhe teoria do cão vadio.
Se tivermos pela frente um cão vadio e atiramos um osso… este mesmo com fome deverá ser cauteloso ao apanha-lho – Consequência directa do instinto de defesa de qualquer animal.
Por outro lado se esse mesmo cão tiver englobado numa matilha, pequena ou grande não interessa para o caso, a reacção do mesmo deverá ser completamente diferente. Ou seja o instinto de cautela será rapidamente substituído pelo instinto de sobrevivência. Ou seja ainda… o 1º que lá chegar é que fica com o osso.
Passando para os peixes e de forma mais desenvolvida…
Temos um peixe pela frente…sozinho…cheio de medo de hipotéticos predadores… cauteloso ao avançar para a nossa isca, que deveremos fazer para lhe apresentar maior confiança?
Mais isca…? Melhor apresentada…? Anzol escondido…? Linhas de fluor-carbono…? Linhas mais finas…? …qualquer coisa que contrarie a desconfiança.
De forma contrária esse mesmo peixe ao sentir-se relativamente seguro pela existência dos indivíduos da mesma espécie permite-lhe descorar de grande parte da atalaia tendo em consideração que essa tarefa é partilhada pelo grupo.
Pela mesma analogia da matilha, o primeiro peixe que chegar à isca terá a vantagem de não passar mais um dia sem comer… ou +- isso…
Assim neste caso, obviamente que a rapidez de captura será um factor a levar ao extremo sendo os materiais a empregar de acordo com essa acção.
O que é preciso descobrir com esta historieta é cada pescador deverá ter a perfeita percepção dos acontecimentos sub os seu pés. É perfeitamente normal trocarmos a ideia que o peixe está a comer mal pela a constatação do fraco nº de peixes.
Vadios…vadios… muitas das vezes somos nós ao esquecermos de pensar…pesca.
sargalhão Escreveu:De forma contrária esse mesmo peixe ao sentir-se relativamente seguro pela existência dos indivíduos da mesma espécie permite-lhe descorar de grande parte da atalaia tendo em consideração que essa tarefa é partilhada pelo grupo.
Não só a questão da vigilância mas também a própria concorrência entre eles (se não me despacho, aqui o "colega" do lado come tudo).
sargalhão Escreveu:De forma contrária esse mesmo peixe ao sentir-se relativamente seguro pela existência dos indivíduos da mesma espécie permite-lhe descorar de grande parte da atalaia tendo em consideração que essa tarefa é partilhada pelo grupo.
Não só a questão da vigilância mas também a própria concorrência entre eles (se não me despacho, aqui o "colega" do lado come tudo).
Exacto, também vejo mais esse comportamento como concorrência. "Deixa-me comer antes que aquele ali coma".
Um exemplo típico é um cardume de cavalas ou carapaus. Quando são muitos é ver quem chega primeiro à paparoca. Quando são poucos, comem com muito mais calma e cuidado.
Já cheguei a estar apenas a observar as cavalas a atacarem a isca, e percebe-se perfeitamente pelas arrancadas que competem entre si para chegar primeiro à comidinha.
Bloody → Sobre engodo:
O pão é o engodo de eleição cá na Madeira. Qualquer pescador experiente da Região sabe muito bem disso.
O milho que fala (o que nós cá chamamos de milhos estrassuado, ou mais compreensivelmente milho triturado – o que se usa para a alimentação dos galináceos novos) é também muito bom, em especial para os Sargos. Mas de uma forma geral ainda não conheci nenhuma espécie de cá da Região que recuse esta matéria orgânica.
No continente o resultado é medíocre. A Tainha ainda come, visto possuir um estômago especial, idêntico às galinhas (já agora um aparte – as Tainhas maiores cá na região chamamos-lhe galinhas-do-mar → por terem também uma moela). Como tal necessitam de pequenos inertes (pedras ou qualquer coisa mais sólida que faça a vez) para ajudar na trituração dos alimentos).
Volto a realçar que todo o peixe não desgosta desta forma de milho, em especial quando misturado com cavala ou óleo de sardinha.
Aranha → Penso ter respondido a sua questão relativamente aos peixes que gostam deste tipo de engodo → todos. O raciocínio do Karva sobre os hábitos dos peixes aplica-se também aqui.
Karva → Infelizmente tenho que discordar de si relativamente ao engodo universal – sardinha.
Pergunto-lhe: E onde simplesmente a sardinha não existe, como é o caso de cá, na Madeira.
A vossa realidade (Continente Português) é realmente uma constatação, pelas mais variadas razões, mas cá a “única” que existe vem toda daí…e congelada é claro.
Por isso o seu raciocínio sobre os hábitos dos peixes, que aplaudo, é também uma grande verdade por estas bandas → neste caso com a cavala.
Por estes lados a cavala substitui a 100% a sardinha, por simplesmente termos nos nossos mares…mais que muitas. Na proporção de 1/ 1000 – uma sardinha para 1000 cavalas. E as poucas que existem são anorexias.
Por estes lados os peixinhos dão a vidinha pela cavala, e pela sardinha +-… tem dias.
DNN
Bloody
Se precisar de mais ajuda poderá me procura ou outro elemento da minha equipa (Sporting Clube da Madeira) para esclarecimentos mais aprofundados. [email protected]
De qualquer forma não deixe de alimentar estas nossas conversas colectivas por estes lados.
Eu não sei tudo e como vê existe muita gente por aqui que sabe sobre pesca.
DNN
Viva Duarte.
Peço desculpa quando falei na sardinha como uma espécie de engodo Universal, não me lembrei das características próprias da Madeira e dos Açores, por uma questão de hábito referia-me ao Continente. Por cá também se usa outras espécies para engodar, como o ouriço por exemplo, mas a grande maioria opta sempre pela sardinha, pelo menos como base para fazer um engodo para o mar.
Já vi que o pessoal aqui é descomplexado na troca de informação, não se pondo com rodeios para expor as suas opiniões nem têm medo que lhe roubem as ideias → Óptimo
O que não acontece com o pessoal de competição. Parece que têm medo que lhe roubem...não sei o quê.
Depois vão para o campo...levam no pacote…mas continuam convictos nas suas mesquinhas ideias...paradas no tempo.
E como ultimamente tenho vomitado umas ideias minhas sobre pesca, noutro sítio, mas a contra argumentação é nula, o que se tornou num perfeito monólogo, gostaria de expô-las por estes lados para ver se aprendo ainda mais sobre a nossa paixão comum.
Se neste lado observo gente capaz de o fazer, gostaria de retransmitir, neste Sitio, essas ideias, que até se enquadram no espírito dos temas que se desenrolam.
Tenho a perfeita consciência que os meus argumentos poderão não estar 100% correctos e a ausência de critica dificulta-me qualquer evolução.
Por isso se ninguém se opor passarei a rescrever alguns textos já à muito escritos.
DNN