Bem aqui vai um breve relato desse sábado bem tramado.
Como sempre combinamos a coisa durante a semana e vamos observando o evoluir do tempo, não é ver o tempo passar é em questões metereológicas

, iscas compradas na sexta e no sábado ás 15.00 h, lá vamos nós.
Cafézinho do costume desta vez no alto foz, a ala até ao Baleal, era cedo, fomos ver o mar e as condições e possibilidades para pescar, isto porque o vento era forte do quadrante SW, andámos por ali na ilha a ver uns potenciais pesqueiros, para bóia ou chumbadinha o que só seria possível se fosse virado a norte para aguentar aquele vento nas costas, olhámos para sul, para toda a baía que vai até Peniche, nuns spots batia bem, noutros estava pescável, zarpámos até perto de um spot onde já tínhamos estado, chegados lá os surfistas eram mais que muitos, fomos um pouca mais prá direita e material ás costas até á praia.
Estavam por ali 3/4 surfistas, fomos montando o material, entretanto eles foram-se afastando e, metemos as pescas á água, de quando em vez vinham umas rajadas de vento WSW já com alguma força mas nada que intimidásse, bem,... mais um bocado e montámos mais uma cana cada e, água com a minhoca, entretanto o dia ia terminando, estava algum vento incomodativo e com tendência a aumentar com a noite, com as canas a pescar montámos os cortiços (chapéus) junto ás cadeiras e mochilas para, ali na nossa base comer a buxa e beber qualquer coisita durante a pescaria e quiçá descansar ou proteger-nos de alguma chuva possível.
Ainda era dia (mas pouco) o João dá-me sinal que tinha peixe numa das canas, vou até lá, ele a recuperar e eu a ver a coisa, como o spot ali é muito espraiado , um gajo vai por ali dentro com um palmo ou menos de água e, vejo uma valente baila, este cagado saca cada baila, f...........dasss, pensei eu

... bem, estava a brincar, era do entusiasmo
Pescas dentro, pescas fora, o tempo foi passando, a noite tinha-se fechado e bem, o vento continuava permanente e quando vinham nuvens as rajadas eram bem fortes, entretanto o João mais uma vez faz-me sinal e saca um pregado, pequenote mas dentro da medida, e, aí penso eu, mais uma grade para os meus lados, mas, pelo menos o João tirou qualquer coisa.
Entretanto a maré ia descendo e um gajo tinha de ir lançar ali já perto da berlenga e quando voltava até percebia que o companheiro de pesca já estava mais velho, é pá,... aquilo era andar como o caraças até ao espeto, a linha a fazer uma fola do camano e as pescas corriam um pouco para esse lado, normal né!
Coloquei uma cana á esquerda do João porque á direita corria cada vez mais, a linha toda em arco devido ao vento mas, de repente a chumbada corre prá direita, pego na cana e estico a linha, dou um toque e ... peso, começo a puxar e sai uma baila, pequena mas já papável, iscada na cana e água, quando estava a recuar o vento até vergava a cana de lado, uma rajada valente e as nuvens ameaçavam chover.
Um bocado de conversa, e olho para a nossa base (estava aí a 50 m) e não vejo o meu cortiço, corro para lá e ... o meu rico chapéu tinha arrancado e foi na ventania, meto-me praia abaixo, luz acesa e começo a varrer a zona, ando, ando depois de uns 500 m, nada, ainda passei por dois pescadores que spinavam mas estavam aí a 100 m dentro de água, nesta hora da maré a praia tinha aí uns bons 100/120 m de largura, passei pelas coisas deles e ainda fui até cascos de rolha, qual chapéu, qual caraças, foi-se.
Volto á base arrumo as coisas mais perto do chapéu do João e mais dois dedos de conversa, o vento começava a ser insuportável quando das rajadas, vamos recolher uma cana e arrumar, ok ! e fomos, cana cá fora e vá de arrumar a coisa, ficamos a pescar só com uma cada.
Vou até á cana, estico a linha a tinha corrido prá esquerda como anteriormente, sinto um pequeno toque, recupero e saco outra baila, entretanto o João não estava lá e, a base estava de pantanas, o gajo tinha iado á caça do chapéu dele
mas teve sorte encontrou-o, tinha subido uma duna e ficou preso nas canas e arbustos, la vejo o João de chapéu debaixo do braço, mudámos tudo para o abrigo de uma duna mas estava insuportável continuar, o vento arrastava areia com uma força, as coisas todas cheias de areia, enfim um final lastimoso.
Para terminar, estamos junto ás canas o tempo fecha-se, o vento aumenta e começa a cair uma chuvada do catano, recolher a correr, desmanchar tudo na broa e arrumar, com a chuva a cair nos costados, material ás costas e ao sprint até ao carro, quando chegámos já não chovia.
Rimo-nos, arrumámos tudo no carro e ao nosso lado estava um gajo a vestir-se e foi pescar, nós ainda fumámos um cigarrito a ála para casa que a coisa não estava para brincadeiras.
Que pescaria engraçada!
Um abraço a todos e, pesquem
