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Enviado: quarta abr 11, 2007 8:38 pm
por hugovhenrique
Boa noite.
Muito bem amigos, vamos chegando e com alguma calma ao ponto que eu queria.
São tudo estratégias politicas de conveniência, que nas alturas certas se arranjam para ludibriar “O Zé Povinho”…, ou será “O Zé Parvinho”?!
Não quero mentir nem levantar maus entendidos, mas ainda no verão passado o preço da sardinha tinha como limite os míseros 0.70 €/kg. meia hora depois na praça estava a 6 € ao kg..
Quem é que se põe no lugar do pescador de sardinha e vê isto com bons olhos? Se alguém que tenho visto, contestar atitudes menos legais nos profissionais, estivessem na posição destes, o que faria? Ser obrigado a vender o que saiu do “coiro”, após uma noite, por exemplo como a de ontem, por preços vergonhosos, que só enchem os bolsos a alguns. Isto moraliza alguém a ser honesto? Note: (NÃO CONCORDO COM A DESONESTIDADE; ADORAVA QUE TUDO E TODES FOSSEM HONESTOS, MAS QUEM HOJE DÀ A OUTRA FACE?!)
Outra. “…Quando não atinge o preço de retirada vai fora ou para a farinha…”
Farinha!!!
Convidava alguns de vós a tentar encontrar farinha de sardinha, por exemplo, para engodo na pesca de rocha ou embarcada, com rotulo, PORTUGUÊS. Eu ainda não encontrei.
Agora mais uma novidade que o Sr. Ministro das Pescas quer fazer e ao que parece julga que é uma grande oferta. Se quiserem podem comentar.
Segundo fonte limpa, eu estava presente. Foi dito por alguém que se reuniu com este Ilmo. Senhor, e não vou comprometer ninguém citando nomes, que era sua intenção que para aqueles pescadores que não tivessem êxito nas pescas que o estado estava a elaborar uma norma de subsidiar estes com verbas para se estabelecerem em outros negócios, palavra do orador. “… restaurantes, mercearias, etc., em fim o que quisessem…”
. Isto faz lembrar as indemnizações, sobre o abatimento de barcos, quando a EU disse que deveríamos diminuir a frota pesqueira, da pesca de sardinha.
Resultou: Despedimentos em massa e os armadores ainda hoje vendem por portas e travessas os acessórios desses barcos abatidos, para decoração de restaurantes vivendas etc., (sondas, vigias em bronze, bússolas, redes argolas das aranhas, retinidas, etc.
Esta é a verdadeira politica de preservação.
Tudo é politica.
Só para finalizar hoje na rádio comercial também foi dito que um estudo americano tinha chegado á conclusão que as arvores favoreciam o aquecimento global.
H.H.
Boa noite, cumprimentos.

Enviado: quarta abr 11, 2007 8:47 pm
por valtercosta72
E a venda fora de lota? Se forem a uma lota pelas 21 horas é ver camiões espanhois a fazer a venda muito antes dos barco portugueses chegarem. Peixe esse que não se sabe como é que estão sanitariamente. Peixe esse que vem mal acondicionado, que já tem mais de 1 dia de pescado. E que é vendido sem facturas. Se vissem as vivendas que certos comerciantes de peixe do mercado do livramento em Setúbal tem, ficavam roxos de inveja.

Enviado: quarta abr 11, 2007 10:36 pm
por karva
O preço de retirada é fixado no principio de cada ano para as espécies contempladas. O que têm a fazer e não fazem devido á ganância é uma gestão racional das capturas em função da época da espécie e da abundância.

A história de que a sardinha na lota tinha o preço de retirada de 0.70€ não justifica que vão para o mar e encham os barcos a deitar por fora inundando a lota de sardinha quando antes de sairem para o mar já sabem qual é o preço de retirada. FAÇAM UMA GESTÃO DE CAPTURAS COMO DEVE SER EM ÉPOCA DE FARTURA.

Aprendam a rentabilizar as capturas e a poupar os recursos.

Já está a muito tempo publicada as tabelas dos Preços de Retirada para o ano de 2007, só não sabe quem não quer.

karva

Enviado: quarta abr 11, 2007 11:06 pm
por Paulo
Aqui está o cerne da questão, já o afirmei também muitas vezes:

FAÇAM UMA GESTÃO DE CAPTURAS COMO DEVE SER EM ÉPOCA DE FARTURA.

São os pescadores que apanham o peixe, eles que aprendam a gerir os seus recursos e ganha-pão de uma forma inteligente. :evil:

Quanto ao assunto espanhol acho que não deve servir de desculpa para a depauperarão dos nossos recursos. Sim, porque o peixe é um recurso de todos os portugueses e não apenas dos pescadores profissionais.

Se o peixe não está em condições, se não é facturado, façam denúncia (os pescadores que têm essa concorrência desleal) às entidades competentes, elas servem para fiscalizar e autuar caso seja necessário.

Não se desculpem com os erros dos outros para continuaram a cometer os seus próprios erros.

A desculpa de que somos sempre uns coitadinhos e que por sermos coitadinhos temos de andar a mendigar e a infringir tem de acabar. :evil: :evil:

Só conheço duas actividades onde acontece este tipo de coisas, agricultura e pesca. Recebem porque apanham ou cultivam pouco e recebem porque apanham ou cultivam muito.

Será que alguma vez estas actividades serão capazes de viver sem os subsídios?

No limite que subsidiem a pesca, por não apanharem ou para não apanharem.

Agora por apanharem de mais????? :shock: :?

Deviam era começar a ser multados por isso, não era subsidiados. :evil: :evil: :evil:

E depois sai uma lei para a pesca lúdica a afirmar que nós destruímos os recursos… :roll: :roll:

Enviado: quarta abr 11, 2007 11:34 pm
por olucas
Na minha opinião é impossível pedir aos pescadores que façam a gestão das capturas de motu próprio.

Pela simples razão de que os primeiros a serem "bonzinhos", "responsáveis", etc ficam prejudicados pelos outros que apanham tudo o que podem, que lhes chamarão "tansos" ou similar.
Se houver oportunidade, leiam, sff, o livro "O Gene Egoista" que é muito melhor do que eu a explicar este aparente contrasenso: o melhor para todos é, no imediato, capturar tudo o que puderem. No longo prazo, todos perdem (no sentido em podiam todos ganhar mais se todos cooperassem).

A única maneira é por meio legislativo e fiscalização. Como já devo ter referido neste fórum, a solução, para mim, é a imposição legal de quotas semanais, ou mensais.

PS - Hoje, no Portugal em Directo (RTP ás 18:00), os pescadores de polvos no Algarve, como apanharam, salvo erro, 1/3 do ano passado, queriam uma paragem biológica de um mês... com subsídios, é claro.

É interessante que a resposta, segundo os pescadores, do Governo, para evitar dizer o que é óbvio ("amanhem-se, porra", ou "deitem-se na cama que fizeram") manda a batata quente para a UE e diz que não podem dar subsídios para paragens biológicas porque esta não deixa...

Enviado: quinta abr 12, 2007 12:03 am
por jb-alg
Saudações a todo o pessoal
Caros amigos já o ano passado , numa participação minha(no pró) tinha me referido a este assunto,pois presencio todas os dias essas autenticas « palhaçadas».
Sabem o porque a média do peixe nas estatisticas vai tão baixo aqui em Portimão ?
Eu explico:
Segunda-feira autênticas carradas de lixo que são vendidos a 40 ou 30 centimos e os outros dias o fresco do proprio dia a 2 € ou + .
Arrastam sexta ,sabado e domingo, vendendo o pescado na segunda á tarde entre as 13h e as 18h.
Quem é que para estes arrastões ao fim de semana, vendem mais lixo num dia do que bom o resto da semana.
Isto é a realidade que assisto todos os dias e sinto-me cada dia mais revoltado, mas sinto-me imponente para poder fazer algo de tanta «cegueira» que vejo nas pessoas que podem fazer algo ...
:roll:« É o salve-se quem poder porque isto está por um fio .»
Quanto á pesca da sardinha é assim se um barco poder trazer toda a sardinha EXISTENTE NO MAR num dia -TRAZEM-NA -e como fica a que vem por baixo, será que algum de vós gosta de comer sardinha amassada ? Terá o mesmo valor que a « nata » que vem por cima ? Um barco com 1 tonelada vale um preço, um com meia vale o dobro sendo de qualidade, essa é que é a realidade. Porque é que existem barcos que o peixe vai sempre mais caro do que outros, será pelos bonitos olhos do pescador ?
É TUDO FALTA DE GESTÃO E CONSERVAÇÃO DO PESCADO A BORDO.
Quando a mama dos subsidios acabar já o pais está na mão dos Belmiros e banqueiros existentes por este pais.
E o que o nosso amigo karva escreveu está mais do que certo ,mas quem é que tem coragem de publicar a realidade num jornal decente ,pois a maior parte das noticias que leio não corresponde á realidade dos factos, existe sempre algo que as «enrola».
Quanto ao pescado espanhol fica para outra altura .
Venham passar uns dias pelas lotas do nosso pais e observem com atenção, depois vejam, o que se fala por vezes, nem é uma decima do que se passa na realidade.
As revistas de pesca servem para só divulgar material novo no mercado e pouco mais ?
AI ESTÁ UM TEMA QUENTE QUE FAZ MOLSA, já fui meter o dedo noutra ferida..!
Adiram aos tachos que existe e bora lá á pesca.
É melhor ficar por aqui hoje...
UM ABRAÇO :D :D

Re:

Enviado: quinta abr 12, 2007 12:08 am
por Carpa Real
Boa noite a todos, muito bom trabalho do Karva. Já não sei o que diga e até porque tenho a impressão que daqui alguns anos ainda estamos a reclamar estas situações (é o País que temos). :oops:
Todavia estou efectivamente de acordo com o BOSS.

Saudações Desportivas

Enviado: quinta abr 12, 2007 9:17 pm
por hugovhenrique
Boa noite, a todos.

Esta minha resposta vai mais directamente para o Boss, mais propriamente no que diz respeito ao 1º parágrafo. “ Façam uma gestão de captura como deve ser em época de fartura”.

Começava já com uma pergunta: há quantos anos não há fartura?
Se bem me lembro eu só vi fartura no tempo em que havia um acordo Luso Marroquino e que os barcos deles vinham cá descarregar desde que esse acordo acabou nós ficamos com o que tínhamos e que cada ano tem vindo a diminuir.
Poderei fazer outra pergunta, ponha-se alguém no lugar do pescador a fazer uma captura selectiva e consciente do pescado. Bom. E óptimo e melhor ainda se fossem todos os pescadores, mas de facto é que estes quando chegassem á lota para vender, o que poderia acontecer é que, sendo a qualidade melhor, a quantidade menor, e como quem procura é o consumidor final com poucos recursos para comprar caro, e como estes não vendem directamente ao consumidor final mas sim aos compradores, se estes não estiverem lá para comprar a seu, “preço”, ou melhor como quiserem para poderem só eles ter os lucros desejados, estes pura e simplesmente não compram ao pescador e vão comprar aos caminhões que como disseram e bem muitas vezes sem factura e com dias de apanhado. Mas…, E barato e o povo compra, dando a ganhar a estes três ou quatro vezes mais o valor da compra.
Muitas das vezes o pescador situa o valor do pescado num valor que pode ser justo para ele, só que se os Srs. compradores não lhes agradar o preço estes são obrigados a baixa-lo. Era bom que fosse tão fácil como disse o Boss. Estávamos todos melhor.
Continuemos, pode ser que um dia aconteça.
Cumprimentos
H.H.