Krill

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aranha
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Krill

Mensagem por aranha »

Krill é o nome colectivo dado a um conjunto de espécies de animais invertebrados semelhantes ao camarão. Estes pequenos crustáceos são importantes organismos do zooplâncton, especialmente porque servem de alimento a baleias, jamantas, tubarões-baleia, entre outros. Estes animais são ainda designados como eufausídeos, palavra derivada da ordem taxonómica a que pertencem, Euphausiacea. O termo krill é de origem norueguesa, sendo derivado do neerlandês kriel[1], que designa peixes acabados de nascer ou em fase juvenil.

Os eufausídeos estão presentes em todos os oceanos do planeta. São considerados espécies-chave próximas da base da cadeia alimentar já que se alimentam de fitoplâncton e de algum zooplâncton, convertendo esta fonte de alimento numa forma que pode ser consumida por muitos animais de maiores dimensões, constituindo a maior parte da dieta destes. No Oceano Antártico, uma espécie, o krill antártico (Euphausia superba), perfaz uma biomassa superior a 500 milhões de toneladas[2], aproximadamente o dobro da biomassa constituída pela totalidade dos seres humanos. Desta biomassa, mais de metade é consumida todos os anos por baleias, focas, pinguins, lulas e peixes, sendo substituída graças ao seu crescimento e reprodução. A maioria das espécies de krill efectuam grandes migrações verticais diárias, alimentando os predadores à superfície, durante a noite, e em águas mais profundas durante o dia.

A pesca comercial de krill é feita no Oceano Antártico e nas águas em redor do Japão. A produção global anual está estimada em 150 000 a 200 000 toneladas, na sua maioria pescadas no Mar de Scotia. Muito do krill pescado é utilizado na aquicultura e como alimento para peixes de aquários, como isco na pesca desportiva ou, ainda, na indústria farmacêutica. No Japão e na Rússia, o krill é também usado para o consumo humano, sendo conhecido no Japão como okiami (オキアミ).


fonte:wikiopédia
karva

Mensagem por karva »

Continuando com o krill no Oceano Antártico.

O Antárctico é o único oceano que não é limitado por terra, mas sim por outros oceanos - Atlântico, Índico e Pacífico.

Ocupa uma área aproximada de 38.000.000 km2, pelo que é o segundo mais pequeno, a seguir ao oceano Árctico.

Um Continente Gelado

A Antárctida, situada na extremidade Sul do planeta, é completamente rodeada por este oceano. O continente, encontra-se na posição actual há cerca de 45 milhões de anos, constituindo um dos locais mais inóspitos do planeta.

Os ventos são gelados e atingem velocidades de 300 Km/h. A temperatura mais baixa registada nesta região foi de -89ºC, no continente, e de -60ºC junto à costa.

A Antárctida é um continente gelado e 98% do seu território está permanentemente coberto de gelo. Este facto faz com que a Antárctida seja o maior reservatório de água doce do planeta, com cerca de 70% do seu total.

Se todo o gelo deste continente derretesse, o nível do oceano global subiria mais de 60 m e a Antárctida elevar-se-ia entre 200 a 300 m.

Um Anel de Água

O padrão de correntes do Oceano Antárctico é complexo, sendo o único local onde estas dão a volta completa ao globo. A Corrente Circumpolar Antárctica desloca-se no sentido dos ponteiros do relógio, sobre acção dos fortes ventos de Oeste, com uma extensão de 21.000 Km. Embora a velocidade máxima desta corrente, à superfície, seja de apenas 540 m/h, devido ao facto de ser bastante profunda, transporta mais água que qualquer outra.

A quantidade de água transportada pela corrente Circumpolar Antárctica é 2.000 vezes superior àquela transportada pelo Rio Amazonas. A corrente Circumpolar Antárctica, devido aos padrões de vento e à força de Coriolis, provoca várias frentes que constituem verdadeiras fronteiras biogeográficas.

Nesta zona, conhecida antigamente por Convergência Antárctica, existem variações bruscas de temperatura da água, com zonas a Norte mais quentes que a Sul. Destacam-se, pela sua importância, a Convergência Subtropical e a Frente Polar Antárctica.

Por outro lado, junto à costa antárctica os ventos predominam de Este, ou seja, no sentido contrário aos ventos que sopram sobre o Oceano Antárctico. Este fenómeno provoca o afloramento de águas mais profundas e uma contínua ressuspensão de nutrientes. Conhecida por Zona de Divergência Antárctica, esta região costeira é uma das zonas mais produtivas do oceano.

Uma Pequena Riqueza

Nestas águas gélidas, em determinada altura do ano o plâncton. Concretamente os pequenos camarões (crustáceos) que alimentam populações de baleias, focas, peixes e aves marinhas, incluindo os pinguins – o krill.
A espécie Euphausia superba constitui a maior biomassa de uma só espécie em todo o planeta. Num metro cúbico de água (1.000 litros), podem existir 20 Kg de krill.

Uma baleia-azul pode consumir, durante o Verão (Dezembro a Março), 4 toneladas de krill por dia. A população de baleias-azuis neste oceano, antes da sua pesca pelo homem, consumia cerca de 190 milhões de toneladas por ano. A diminuição do número baleias, de 228.000 para 14.000 indivíduos, levou ao aumento de pinguins e focas, pois o krill tornou-se mais disponível para estes animais.

No caso da foca-caranguejeira, a população aumentou cerca de 10 vezes. Assim, a actual exploração de krill pelo homem, aliada ao buraco de ozono nesta região, pode trazer graves consequências para todo o ecossistema antárctico, com a diminuição dos efectivos das principais espécies e a impossibilidade de recuperação das baleias-azuis.

Fauna Antárctica

Pinguins
Os pinguins são aves marinhas que, à excepção do pinguim-das-Galápagos (Spheniscus mendelicus), apenas se encontram no hemisfério sul.

A maioria das espécies passa o ano no mar e reproduz-se na Antárctida e ilhas adjacentes, pelo que são animais emblemáticos desta região.

São as aves com o corpo mais modificado para viver no ambiente marinho. Para além de terem adquirido linhas hidrodinâmicas, o seu esqueleto sofreu alterações significativas.

Os ossos das asas sofreram um encurtamento e achatamento, de modo a funcionarem como barbatanas. A caixa torácica é bastante desenvolvida e o esterno forma uma quilha pronunciada.

Adicionalmente, têm as penas pequenas e duras, semelhantes a escamas e que reduzem o atrito. Estas também funcionam como um isolamento térmico, ao impedirem a água gelada de molhar a camada de penas que contacta com a pele. Possuem ainda uma camada de gordura espessa que os protege do frio.

Crèches de pinguins
Conforme crescem, os pintos de pinguins agrupam-se em grandes números e formam crèches.

Desta maneira, enquanto os adultos procuram comida, os jovens ficam menos vulneráveis aos ataques de predadores. Os pais reconhecem o seu pinto entre os milhares de pintos da colónia através do chamamento ou do aspecto deste.

Pinguim-imperador (Apedodytes forsteri)
Os pinguins-imperador são os maiores pinguins vivos, podendo medir 1,2 m e pesar quase 40 kg. Estas aves extraordinárias são as únicas capazes de se reproduzirem em pleno Inverno antárctico.

No Outono, deslocam-se até ao continente e agrupam-se em colónias. Cada fêmea põe um único ovo que é cuidadosamente transferido para o pai. Este é responsável pela incubação e passa a transportá-lo sobre as patas, envolto numa prega de pele abdominal.

Depois de porem o ovo, as fêmeas partem para o mar, a fim de engordarem e trazerem alimento. Nesta altura, reina a escuridão total e as condições climatéricas são extremamente austeras, com temperaturas abaixo dos -50ºC.

As fêmeas só regressam ao fim de 2 meses, coincidindo com o nascimento do pinto. Este regresso é saudado pelos machos que, entretanto, perderam quase metade do peso devido ao jejum prolongado.

Agora, estes ainda têm de caminhar durante vários dias, por vezes mais de 300 km, para se alimentarem no mar. Depois, ambos os pais cuidam do pinto até ao início do Verão. Nesta altura, regressam ao mar, com as suas crias completamente independentes.

Pinguins Adélie (Pygoscelis adeliae)
Estes pequenos pinguins são os únicos (juntamente com os imperadores) que se reproduzem no continente antárctico. Durante a época reprodutiva, o anel branco em torno dos olhos dos adultos torna-se mais pronunciado e confere-lhes um aspecto peculiar.

Os machos são os primeiros a chegar às colónias e preparam ninhos com todos os materiais disponíveis – que na Antárctida são muito poucos... De facto, é frequente roubarem os materiais de construção (principalmente seixos) dos ninhos uns dos outros.

Uma vez que têm pouco tempo para se reproduzirem, por vezes não esperam pela mesma fêmea de anos anteriores e acasalam com a primeira que encontrarem.

Põem dois ovos, que são incubados durante um mês por ambos os progenitores, em turnos alternados. Ao fim de 20 dias, os pintos juntam-se em crèches e com apenas 2 meses acompanham os pais para o mar. Alimentam-se principalmente de krill.

Foca-de-Weddell (Leptonychotes weddelli)
As focas-de-Weddell são os únicos animais, juntamente com os pinguins-imperador, que suportam o Inverno na Antárctida. São também, os mamíferos que se podem encontrar mais a sul do planeta.

Estão bem adaptadas a mergulhos profundos (até 400 m) e de grande duração (mais de 1 hora), em que capturam um dos seus alimentos preferidos – o bacalhau da Antárctida.

Para tal, armazenam grandes quantidades de oxigénio, reduzem o ritmo cardíaco (por vezes em 75%) e o metabolismo basal.

Fisiologia dos peixes antárcticos
Os estudos desenvolvidos sobre as duas famílias de peixes mais abundantes nestas águas, revelaram adaptações surpreendentes. Os indivíduos da família Notothenniidae produzem proteínas anti-congelantes, que impedem a formação de cristais de gelo nos seus tecidos.

Os peixes-gelo (família Channichthyidae), não possuem hemoglobina no sangue para transportar oxigénio. Este é transportado pelo plasma e, para compensar a baixa capacidade de transporte deste fluido, os peixes-gelo têm mais vasos sanguíneos, um coração maior e efectuam trocas gasosas através da barbatana caudal.

Pensa-se que ao longo da evolução prescindiram dos glóbulos-vermelhos por viverem em águas ricas em oxigénio.

Cadeia alimentar
A ressuspensão contínua verificada na Zona de Divergência é, em grande parte, responsável pela riqueza das águas antárcticas. O transporte de nutrientes às camadas de água superficiais suporta uma grande abundância de fitoplâncton (a base da maioria das cadeias alimentares marinhas), que proporciona alimento ao zooplâncton.

Deste, destacam-se os crustáceos anfípodes Euphausia superba, conhecidos como krill, que constituem o alimento principal de comunidades inteiras de aves marinhas, focas e baleias.

A cadeia alimentar antárctica é particularmente frágil, pois depende maioritariamente de uma única espécie – o krill. Qualquer perturbação das populações deste crustáceo pode ter consequências devastadoras para as restantes. Por exemplo, as flutuações anuais do krill traduzem-se directamente nas taxas de sobrevivência dos pintos de pinguins.

Baleias filtradoras
As baleias filtradoras não possuem dentes, mas sim estruturas filamentosas na mandíbula superior – as barbas – que funcionam como filtros. Estas deixam passar a água, mas retêm o alimento – geralmente, zooplâncton e pequenos peixes.

A baleia nada com a boca ligeiramente aberta, de modo a deixar a água entrar para a boca, acompanhada do alimento. E quando pretende engolir o alimento, a fecha a boca e comprime a língua contra as barbas. Isto faz com que a água saia e a comida fique presa.


Fonte Oceanário


Paulo karva
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