Pesca na Ria Aveiro

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aranha
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Pesca na Ria Aveiro

Mensagem por aranha »

Pesca na Ria pode render 46 milhões em 2006

Os resultados financeiros da venda das capturas na Ria de Aveiro estão por contabilizar mas há uma referência. O valor registado pelas autoridades será um terço do valor real transaccionado. Feitas as contas, entre as capturas registadas na Docapesca e o mercado paralelo, as transacções deverão ultrapassar 46 milhões de euros num ano



A pesca na Ria de Aveiro irá render cerca de 46,6 milhões de euros durante o corrente ano, mas apenas cerca de um terço será declarado às autoridades, segundo um estudo em desenvolvimento por Senos da Fonseca, um engenheiro que se tem dedicado ao estudo do sal e da Ria, entre outros assuntos ligados à laguna. Os dados foram apresentados durante uma palestra subordinada ao tema «Sal e Telecomunicações: motores do desenvolvimento regional» a uma plateia de empresários das telecomunicações.
Segundo João Senos da Fonseca, apenas sete milhões de euros foram declarados durante o primeiro semestre. Serão 14 milhões num ano, ficando cerca de dois terços por declarar.
Segundo Senos da Fonseca, os sete milhões de euros correspondem a «30 por cento do valor que se estima que tenha sido apanhado», disse. Trata-se assim de um valor «representativo da economia da Ria», conclui Senos da Fonseca. Mas os valores atingidos não identificam o potencial da Ria. Pode ser mais explorada, com outras condições. Para Senos da Fonseca, «se a Ria for bem tratada, tem outras potencialidades», admitindo assim que o rendimento possa ser superior.
Em 2005, a Docapesca atingiu uma facturação de 10,3 milhões de euros, referente à pesca na Ria, oceânica, arrasto, costeiro, cerco, artesanal costeira e xávega, segundo apurou o Diário de Aveiro. Particularmente na pesca local, o valor registado corresponderá a um terço do total capturado e, portanto, dois terços corresponderão ao mercado paralelo.
Outro valores, da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro, indicam que os pescadores da Torreira, que exercem a actividade em vários pontos da Ria, atingirão este ano um total da venda de dois milhões de euros, sendo 90 por cento respeitante a bivalves, segundo Manuel Soares, secretário-geral daquela organização. O montante de cerca de dois milhões de euros será atingido ainda pela pesca entre S. Jacinto e Vagueira, também segundo Manuel Soares.
Tal como Senos da Fonseca, também Manuel Soares diz que o potencial da Ria não está a ser explorado nas suas possibilidades. Particularmente, o mercado espanhol é referido por Manuel Soares pelo facto de constituir um destino importante da exportação das capturas na Ria de Aveiro mas também pela vantagem que haveria em incrementar o negócio da venda de pescado a Espanha. Os bivalves vendidos para Espanha constituem cerca de 90 por cento do total transaccionado, diz Manuel Soares, lembrando que «o porto de Aveiro é o mais perto da capital espanhola, Madrid, com tradição de peixe fresco, consumidora de 200 mil toneladas por ano.
Por tudo isto, Manuel Soares diz que a Ria de Aveiro «é extremamente importante e a maior parte das pessoas não faz ideia do valor económico que a Ria traz para os concelhos ribeirinhos, mesmo os autarcas».
Mas Manuel Soares está insatisfeito com as condições oferecidas. «Faltam condições e marketing à Docapesca», diz, garantindo um aumento da produtividade do sector se houver mudanças. Contudo, esta ligação não é confirmada pela Docapesca, segundo uma fonte contactada pelo Diário de Aveiro, que negou haver «falta de condições», admitindo uma «única excepção», a da lampreia. Neste caso, a Docapesca não tem condições para o acondicionamento daquela espécie, que exige condições diferentes das outras. Exige tanques que a Docapesca não dispõe e com uma «oxigenação muito forte na água».
Por isso, a venda da lampreia é vendida em leilão ou «em contrato» e neste caso particular, a Docapesca só controla a quantidade.

João Peixinho em DIARIO DE AVEIRO 11-09-2007
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